sábado, 1 de dezembro de 2012

(Vídeo) A "Intolerância" dos Laicistas


Opinião de Scherazade sobre a 

"intolerância" dos laicistas (Nota deste blogger - Quem são os "Tolerantes Intolerantes" e os laicistas são caracterizados pelo sua "intolerância": Petistas, Socialistas, Comunistas, Militantes Gays, Movimento Feministas e Movimentos Progressistas-Libertários).

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Liberdade, Igualdade, Homossexualidade”? O terror instaurado pelos revolucionários franceses em nome da igualdade...A violência do Socialismo e Homossexualismo!


“Liberdade, Igualdade, Homossexualidade”?



Luiz Sérgio Solimeo

A Revolução Francesa de 1789 teve como base ideologica a filosofia do Iluminismo, sintetizada na famosa trilogia: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade.” Impondo a total igualdade na sociedade, essa filosofia julgava que daí adviria a completa liberdade e uma idílica fraternidade entre os homens.

A “fraternidade” da guilhotina

Como se sabe, os efeitos imediatos dessa igualdade foram a execução do rei Luis XVI, de sua irmã a princesa Elisabete e da Rainha Maria Antonieta; milhares de nobres foram guilhotinados; o clero foi perseguido e massacrado ou teve que entrar na clandestinidade. Os camponeses da Vendéia que se levantaram em defesa do altar e do trono sofreram um verdadeiro genocídio e sua região foi devastada pelas “colunas infernais” do general Turreau.[1]
O terror instaurado pelos revolucionários franceses em nome da igualdade não foi o único; desde então igual terror tem sido responsável por genocídios nazistas ou comunistas, estes últimos na Rússia, China e no Cambodge. Para os revolucionários do Kmer Rouge, bastava ser intelectual, ou usar óculos, o que tornava suspeito de intelectual, para ser morto.[2]

A igualdade absoluta destrói a liberdade
A razão pela qual a igualdade absoluta destrói a liberdade e impede a fraternidade é que se trata de uma utopia, um mito ideológico, que contraria a natureza humana.
Embora os homens sejam iguias por natureza, eles são desiguais em talento, em força de vontade, inteligência, etc. E a liberdade e a fraternidade só são possíveis quando existe respeito mútuo, o qual, por sua vez, requer o reconhecimento dessas diferenças naturais. O  único jeito de impor a igualdade utópica é por meio de uma feroz ditadura.
Após a Revolução Francesa surgiu o mundo igualitário e secularizado de nossos dias e, levando os princípios de 1789 até o fim, chegou-se ao comunismo. Se toda desigualdade é má, porque aceitar as desigualdades econômicas?[3]
É significativa a comparação feita por Lenin entre a Revolução Francesa e a Revolução Comunista:
“A Revolução Francesa é chamada grande porque ela … foi uma efetiva revolução que, depois de derrubar a monarquia, esmagou completamente os monarquistas. E nós faremos o mesmo com esses senhores capitalistas… sua ‘liberdade’ deve ser abolida ou diminuída. Isso ajudará a emancipar o trabalho do jugo do capital.”[4]

Da Revolução Francesa à Revolução Cultural
Mas, levando a igualdade da trilogia da Revolução Francesa até as últimas consequências ela vai mais além do igualitarismo sócio-político e econômico tendendo a destruir a própria desigualdade dos sexos, no que serve de base para a ideologia homossexual.[5]
Essa ligação entre os princípios da Revolução Francesa e a ideologia homossexual manifestou-se recentemente. Nos dias 17 e 18 de novembro últimos,  foram realizadas marchas na França contra o “casamento” homossexual. Tais marchas reuniram mais de 200 mil pessoas em todo país. Um cartaz de uma contra-manifestação homossexual a essas marchas proclamava: “Liberdade, igualdade, homossexualidade.”[6]
Tal adaptação do lema da Revolução Francesa não parece ser uma coisa esporádica, mas pode ser encontrada em sites homossexuais da França, Canadá e mesmo Polônia, como em artigos que tratam sobre  homossexualismo.[7] Inclusive, numa foto de um participante de uma parada homossexual em Paris, vê-se a mesma adaptação tatuada no braço de um manifestante.[8]

Socialismo, Homossexualismo e violência
Não é de se admirar que os governos socialistas apoiem a agenda homossexual, como está ocorrendo agora na França onde o executivo está procurando impor o “casamento” homossexual.
Ao mesmo tempo, um dos movimentos mais extremista do socialismo internacional, o anarco-feminista FEMEN, manifestou-se em apoio ao “casamento” homossexual na França.
Mulheres militantes do “FEMEN”, provocativametne top less e com um véu de freira na cabeça e dizeres obscenos ou blasfemos escritos no corpo, investiu contra famílias e crianças  que marchavam pacificamente em defesa do casamento tradicional, atacando-as com um gás fumígeno.[9]
Embora as fotos e os vídeos mostrem claramente as anarquistas atacando os manifestantes, os quais procuraram contê-las e afastá-las da manifestação, grande parte da mídia inverteu o acontecido e apresentou as mulheres semi-nuas como vítimas dos católicos que participavam da marcha. O governo socialista logo tomou posicão condenando a organizadora de uma das marchas, o Instituto Civitas, ameaçando fechá-lo.[10]

Um movimento anarquista sexual
O movimento revolucionário FEMEN teve sua origem na Ucrânia mas encontra-se agora espalhado por inúmeros países. Em seu site ele se define como segue:
“FEMEN – é um novo tipo de Amazonas, capazes de solapar os fundamentos do mundo patriarcal por meio de sua intelecto, sexo, agilidade, fazer desordem, conduzir à neurose e ao pânico o mundo dos homens.
FEMEN – é uma ideologia do SEXTREMISMO. FEMEN – é uma nova ideologia do protesto sexual das mulheres por meio de campanhas de extremo topless e ação direta. FEMEN – é o sextremismo servindo para proteger os direitos das mulheres, guardiãs da democracia ataccando o patriarcalismo em todas suas formas: ditaduras, a Igreja, a industria sexual.”[11]

O fim do processo revolucionário
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em seu ensaio Revolução e Contra-Revolução,analisou o processo histórico que vem destruíndo a Civilização Cristã através da Revolta Protestante, a Revolução Francesa e o Comunismo.
A isso ele dá o nome de “As três Revoluções,” as quais desembocaram numa “Quarta Revolução” representada pelas Guerras Culturais de hoje e cuja ponta de lança é sem dúvida o movimento homossexual negador da lei natural.[12]
Nessa fase final do processo revolucionário, a luta se ampliou do campo sócio-politico e econômico para o da destruição da lei natural. O socialismo, em aliança com o movimento homossexual, quer impor um estado de coisas completamente oposto ao ditames da moral natural, da lei natural e do Cristianismo e da verdadeira liberdade dos filhos de Deus (Romanos, 8:21).

Uma confrontação de certezas
A luta é sobretudo uma luta de idéias, um confronto de certezas. Confronto entre o ódio revolucionário contra a hierarquia social, a moral, e a Deus, de um lado e a fé altaneira e destemida, que proclama as verdades da fé, da moral e da lei natural e está disposta a dar a vida em sua defesa, do outro.
(...) continua no texto original....


[1] Cf. Francois Furet-Mona Ozouf, A Critical Dictionary of the French Revolution,Cambridge, Mass: Belknap Press of Harvard University Press, 1989.
[3] Para uma visão geral deste tópico ver Plinio Corrêa de Oliveira, Revção e Contra-Revolução, http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp.
[4] V. I. Lenin, First All-Russia Congress on Adult Education, May 6-19, 1919,http://www.marxists.org/archive/lenin/works/1919/may/06.htm.
[5] Cf. TFP Committee on American Issues, Defending A Higher Law – Wy we Must Ressit same-sex marriage and the Homossexual Movement, Capitulo 3, Spring Grove, Penn, 2004.
[6] Over 100,000 French protesters rally against gay marriage, adoption (PHOTOS)
Published: 18 November, 2012, 02:05, http://rt.com/news/france-gay-marriage-protest-955/.
[10] http://galliawatch.blogspot.com/2012/11/civitas-november-18.html.
[12] Cf. nota 3.

http://ipco.org.br/home/noticias/%E2%80%9Cliberdade-igualdade-homossexualidade%E2%80%9D


Divulgação:



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Saiba o que é tolerância


Nilo Fujimoto

Os ardilosos donos do 4º Poder ― o macro capitalismo publicitário ― são hábeis em produzir factóides com o propósito de criar uma determinada mentalidade, propensa a favorecer a diluição dos princípios mais caros à civilização cristã.
O público está cansado de assistir novelas cujos enredos promovem a “conduta politicamente correta” perante o homossexualismo, aborto, traições conjugais, amor livre, etc. Tudo apresentado com uma imoralidade ovante. Abundam campanhas publicitárias em larga escala, além da conduta aparentemente natural de certos ativistas (pagos?) em locais de grande afluência de público, enaltecendo condutas inaceitáveis e reprovando as atitudes ditas “intolerantes” (por exemplo, certas “manifestações de afeto” de homossexuais em frente a pontos de ônibus).
Numerosos são os que encontram dificuldade de opinar ou reagir contra esta ação orquestrada.
Para opinar é preciso primeiro discernir. É um árduo trabalho intelectual, mas necessário para que não nos deixemos enganar. É fundamental para a formulação de uma opinião, nossa opinião.
Distinguiu-se Plinio Corrêa de Oliveira, entre outras coisas, pela sua coerência, discernimento e clareza na exposição de suas ideias e nas suas ações. Contava ele que tinha o hábito de distinguir (tinha uma extraordinária capacidade de perceber matizes), conceituar, definir e elaborar hipóteses.
O leitor poderá perceber essas qualidades num artigo escrito para Catolicismo, cuja transcrição apresentamos e poderá encontrar argumentos para refutar os slogans frequentemente manipulados pelas esquerdas, como o de que se deve sempre e em todas as coisas ser tolerante:
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“Catolicismo” Nº 75 – Março de 1957

O que é a tolerância

Em matéria de tolerância, mais do que em qualquer outra talvez, a confusão reina tão completamente, que parece indispensável esclarecer o alcance dos termos, antes de abordar o mérito da questão.

O que é precisamente a tolerância?

Imagine-se a situação de um homem que tem dois filhos, um de princípios sãos e vontade forte, e outro de princípios indecisos e vontade vacilante. Aparece de passagem, no lugar em que a família reside, um professor que dará um curso de férias extraordinariamente útil a ambos. O pai deseja que seus filhos sigam o curso, mas vê que isto implicará em privá-los de vários passeios aos quais ambos estão muito apegados. Pesados os prós e os contras, fixa ele seu juízo sobre o assunto: mais convém a seus filhos renunciar a algumas distrações, aliás muito legítimas, do que perder uma ocasião rara de se desenvolverem intelectualmente. Significada a deliberação aos interessados, a atitude destes varia. O primeiro, depois de um momento de relutância, acede à vontade paterna. O outro se lamenta, implora, suplica ao pai que mude de resolução, dá mostras tais de irritação, que um grave movimento de revolta de sua parte é de se temer.
Diante disto, o pai mantém sua decisão quanto ao filho bom. Mas, considerando o que custa ao filho medíocre o esforço da rotina escolar, prevendo as muitas ocasiões de atrito que na vida diária surgem nas relações entre ambos, para a eventual salvaguarda de princípios morais impostergáveis julga melhor não insistir. E consente em que o filho não faça o curso.
Loth e suas filhas fogem de Sodoma, incendiada pela cólera divina (mosaico do séc. XII, Catedral de Monreale, Itália).
Magnífico exemplo da intolerância final de Deus, que não quis deixar subsistir aquele antro de abominações. Magnífico exemplo, também, de intolerância do varão justo, que nada quis de comum com os vícios de sua pátria, e por isso foi poupado no dia da ira (2 Ped. 2, 6-8). A mulher de Loth, pelo contrário, representa a tolerância viciosa. Afetivamente, conservou um apego desordenado à sua cidade, no próprio momento em que a abandonava. Manifestou assim uma complacência para com o mal, do qual no entanto fugia. Deus a imobilizou em sua atitude insensata, para eterna lição dos que quisessem servir a dois senhores.



















Agindo assim com o filho medíocre e tíbio, o pai lhe deu uma permissão a contragosto. Uma permissão que não é de modo algum uma aprovação. Uma permissão que lhe foi como que extorquida. Para evitar um mal (a tensão com o filho), consentiu ele num bem menor (as excursões de férias), e desistiu de um bem maior (o curso). É a este tipo de consentimento, dado sem aprovação, e até com censura, que se chama tolerância.

Claro está que, às vezes, a tolerância é o consentimento, não em um bem menor para evitar um mal, mas em um mal menor para evitar um maior. Seria o caso de um pai que, tendo um filho que contraiu vários vícios graves, e posto na impossibilidade de os fazer cessar todos, forma o projeto de os combater sucessivamente. Assim, enquanto procura obstar a um vício, fecha os olhos aos demais. Este fechar de olhos, que é um consentimento dado com profundo desgosto, visa evitar um mal maior, isto é que a emenda moral do filho se torne impossível. Trata-se caracteristicamente de uma atitude de tolerância.
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Como acabamos de ver, a tolerância só pode ser praticada em situações anormais. Se não houvesse maus filhos, por exemplo, não haveria necessidade de tolerância da parte dos pais.
Assim, numa família, quanto mais os membros forem forçados a praticar a tolerância entre si, tanto mais a situação será anômala.
Sente-se muito a realidade do que aqui está dito, considerando-se o caso de uma ordem religiosa ou um exército em que os chefes ou superiores tenham de usar habitualmente de uma tolerância sem limites com seus subordinados. Tal exército não está apto a ganhar batalhas. Tal ordem não está caminhando para os altos e rudes cimos da perfeição cristã.
Em outros termos, a tolerância pode ser uma virtude. Mas é virtude característica das situações anômalas, periclitantes, difíceis. Ela é, por assim dizer, a cruz de cada dia do católico fervoroso, nas épocas de desolação, decadência espiritual e ruína da civilização cristã.
Por isto mesmo, compreende-se que seja tão necessária em um século de catástrofe, como o nosso. A todo momento, o católico se encontra, em nossos dias, na contingência de tolerar algo: no bonde, no ônibus, na rua, nos lugares em que trabalha, nas casas em que faz visitas, nos hotéis em que veraneia, ele encontra a todo instante abusos que lhe provocam um brado interior de indignação. Brado que é por vezes obrigado a sopitar para evitar mal maior. Brado que, entretanto, em ocasiões normais seria um dever de honra e coerência.
De passagem, é curioso fazer observar a contradição em que caem os adoradores deste século. De um lado, elevam enfaticamente às nuvens suas qualidades, e silenciam ou subestimam seus defeitos. De outro, não cessam de apostrofar os católicos intolerantes, suplicando tolerância em favor do século. E não se cansam de afirmar que essa tolerância deve ser constante, onímoda e extrema. Não se compreende como não percebem a contradição em que se põem. Pois só há tolerância na anomalia, e proclamar a necessidade de muita tolerância é afirmar a existência de muita anomalia.
De qualquer maneira, gregos e troianos estão concordes em reconhecer que a tolerância em nossa época é muito necessária.
* * *
Nestas condições, é fácil perceber quanto anda errado o linguajar corrente a respeito da tolerância.
Com efeito, habitualmente se empresta a este vocábulo um sentido elogioso. Quando se diz de alguém que é tolerante, esta afirmação vem acompanhada de uma série de louvores implícitos ou explícitos: grande alma, grande coração, espírito largo, generoso, compreensivo, naturalmente propenso à simpatia, à cordura, à benevolência. E, como é lógico, o qualificativo de intolerante também traz consigo uma seqüela de censuras mais ou menos explícitas: espírito estreito, temperamento bilioso, malévolo, espontaneamente inclinado a desconfiar, odiar, ressentir-se e vingar-se.
Na realidade, nada é mais unilateral. Pois, se há casos em que a tolerância é um bem, outros há em que é um mal. E pode chegar a ser um crime. Assim, ninguém merece encômio pelo fato de ser sistematicamente tolerante ou intolerante, mas por ser uma ou outra coisa conforme o exigem as circunstâncias.
O problema se desloca, pois. Não se trata de saber se alguém pode ou deve ser tolerante, ou intolerante, por sistema. Importa, isto sim, indagar quando se deve ser uma ou outra coisa.
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Antes de tudo cumpre ressaltar que há uma situação na qual o católico tem de ser sempre intolerante. E esta regra não admite conformes. É quando se deseja que, para comprazer a outros, ou para evitar algum mal maior, ele pratique algum pecado. Pois todo pecado é uma ofensa a Deus. E é absurdo pensar que em alguma situação Deus possa ser virtuosamente ofendido.
É isto tão óbvio, que pareceria supérfluo dizê-lo. Entretanto, na prática, quantas vezes seria necessário lembrar este princípio.
Assim, por exemplo, ninguém tem o direito de, por tolerância com amigos, e com o intuito de lhes despertar a simpatia, vestir-se de modo imoral, adotar as maneiras licenciosas ou levianas das pessoas de vida desregrada, ostentar idéias temerárias, suspeitas ou até erradas, ou alardear vícios que na realidade – graças a Deus – não têm.
Que um católico, para dar outro exemplo, cônscio dos deveres de fidelidade que lhe incumbem para com a escolástica, professe outra filosofia só para granjear simpatias em certo meio, é uma forma de tolerância inadmissível. Pois peca contra a verdade quem professa um sistema em que sabe haver erros, ainda mesmo que estes não sejam contra a Fé.
Mas os deveres da intolerância, em casos como estes, vão mais longe. Não basta que nos abstenhamos de praticar o mal. É preciso ainda que nunca o aprovemos, nem por ação, nem por omissão.
Um católico que, diante do pecado ou do erro, toma uma atitude de simpatia, peca contra a virtude da intolerância. É o que se dá quando ele presencia, com um sorriso sem restrições, uma conversa ou uma cena imoral, ou quando, na discussão, reconhece a outros o direito de abraçar a opinião que entenderem sobre Religião. Isto não é respeitar o adversário, mas os seus erros ou pecados. Isto é aprovar o mal. E até lá um católico não pode chegar jamais.
Às vezes, entretanto, chega-se até lá pensando não ter pecado contra a intolerância. É o que acontece quando certos silêncios em face do erro ou do mal dão a idéia de uma aprovação tácita.
Em todos estes casos, a tolerância é um pecado, e só na intolerância consiste a virtude.
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Lendo estas afirmações, é admissível que certos leitores se irritem. O instinto de sociabilidade é natural ao homem. E este instinto nos leva a conviver com os outros de modo harmonioso e agradável.
Ora, em circunstâncias cada vez mais numerosas o católico é obrigado, dentro da lógica de nossa argumentação, a repetir diante do século o heróico “non possumus” de Pio IX: não podemos imitar, não podemos concordar, não podemos calar. Logo se cria em torno de nós aquele ambiente de guerra fria ou quente com que os partidários dos erros e modas de nossa época perseguem com implacável intolerância, e em nome da tolerância, todos os que ousam não concordar com eles. Uma cortina de fogo, de gelo ou simplesmente de celofane nos cerca e isola. Uma velada excomunhão social nos mantém à margem dos ambientes modernos. Ora, disto o homem tem medo quase como da morte. Ou mais que da própria morte.
Não exageramos. Para ter direito de cidadania em tais ambientes, há homens que trabalham até se matar com enfartes e anginas cardíacas, há senhoras que jejuam como ascetas da Tebaida, e chegam a expor gravemente sua saúde. Ora, perder uma “cidadania” de tal “valor”, só por amor aos princípios… é preciso realmente amar muito os princípios.
E depois há a preguiça. Estudar um assunto, compenetrar-se dele, ter inteiramente à mão em qualquer oportunidade os argumentos para justificar uma posição… quanto esforço… quanta preguiça. Preguiça de falar, de discutir, é claro. Porém, mais ainda, preguiça de estudar. E sobretudo a suprema preguiça de pensar com seriedade sobre algo, de se compenetrar de algo, de se identificar com uma idéia, um princípio! A preguiça sutil, imperceptível onímoda, de ser sério, de pensar seriamente, de viver com seriedade, quanto afasta desta intolerância inflexível, heróica, imperturbável, que em certas ocasiões e em certos assuntos (em tantas ocasiões, em tantos assuntos, melhor seria dizer) é hoje como sempre o dever do verdadeiro católico.
A preguiça é irmã da displicência. Muitos perguntarão por que tanto esforço, tanta luta, tanto sacrifício, se uma andorinha não faz verão, e com nossa atitude os outros não melhoram. Estranha objeção! Como se devêssemos praticar os Mandamentos só para que os outros os pratiquem também, e ficássemos dispensados de o fazer desde que os outros não nos imitem.
Atestamos diante dos homens nosso amor ao bem e nosso ódio ao mal, para dar glória a Deus. E ainda que o mundo inteiro nos reprovasse, deveríamos continuar a fazê-lo. O fato de os outros não nos acompanharem, não diminui os direitos que Deus tem à nossa inteira obediência.
Mas estas razões não são as únicas. Há também o oportunismo. Estar de acordo com as tendências dominantes é algo que abre todas as portas, e facilita todas as carreiras. Prestígio, conforto, dinheiro, tudo, tudo se torna mais fácil e mais obtenível se se concorda com a influência dominante.
Por onde se vê quanto custa o dever da intolerância. O que nos dá o ponto de partida para o artigo seguinte, onde pretendemos tratar dos limites da intransigência, e dos mil meios que há para a sofismar.
* Mais sobre as obras de Plinio Corrêa de Oliveira veja em: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/novidades.asp

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